sexta-feira, 26 de maio de 2006

Venda de Património do Estado!

Quando é feita por uns é considerada como Receita Extraordinária e é diaboliziada.
Se são outros a fazê-la é apelidada de Gestão eficiente do património e é elogiada.

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Sport TV proíbe exibição dos jogos do Mundial

Não gosto de empresa chulecas e esta é uma delas. A mensalidade que pedem é uma roubalheira.
E agora proibem que o povo veja os jogos do Mundial na rua. Certamente para obrigar a malta a ver em casa e lá sacarem mais umas assinaturas.
Montes de restaurantes e cafés já pagam a Sport TV, o que querem mais? Talvez cobrar bilhetes à malta que vai ver os jogos nos ecrans gigantes?
Querem que as Câmaras Municipais também paguem mais algum?
Já estou a imaginar um caramelo da Sport TV na doca de Faro a cobrar bilhetes... e a levar uma tuna de porrada!!!
Há com cada um...

segunda-feira, 22 de maio de 2006

A convocatória de Scolari

Para Scolari a selecção é um clube. Ele definiu uma série de jogadores no início da qualificação e levou-os praticamente todos ao Mundial. Não se importou com quem estava em forma, quem não jogava há seis meses, quem era sempre suplente. Pensa que com esta atitude consegue ter um espírito de equipa mais forte, uma maior união.
É possível.

Acaba por ser chato para jogadores como o Quaresma que merecia ir ao Mundial, mas como não pertence ao clube não vai... E é muito melhor do que o Boa Morte. Como o Ricardo Rocha ou o Tonel estão mais rotinados do que o suplente Ricardo Costa. E João Moutinho merecia mais do que o inactivo Hugo Viana.

Enfim, esperemos todos que ele tenha razão...

terça-feira, 9 de maio de 2006

Ir ter filhos a Espanha!!!

Este protocolo para os habitantes de Elvas irem ter os seus filhos a Badajoz é uma vergonha!
Concordo que deverão fechar todas as maternidades com poucos partos e carência de profissionais qualificados, mas desde que haja alternativas com rápido acesso e ... em território nacional!
Qualquer dia fechamos tudo o que é serviço público perto da fronteira e fazemos acordos para os nossos concidadãos irem a Espanha tratar da sua vida...
Nalgumas terras mais pequenas, porque não aproveitar o Alcaide espanhol, escusando nós de ter tantos Presidentes de Câmara. Faz-se um protocolo!
É de fechar todas as escolas públicas e fazer outro protocolo para os nossos filhos irem aprender para Espanha, com a vantagem de dominarem mais uma língua estrangeira!
Enfim, uma vergonha!!!

Politicamente Incorrecto!

A Economia está decididamente na ordem do dia. Em altura de encolher o cinto, surge sempre a necessidade de racionalizar os recursos. Em tempos de abundância, aparece sempre mais algum desperdício…

As medidas anunciadas pelo Governo para racionalizar a divisão territorial, maternidades, organismos públicos, escolas primárias, etc são sempre vistos como um ataque a alguém. Queixam-se os Presidente de Junta que sem a Escola os jovens se vão embora, reclamam os Presidentes de Câmara que ficam sem maternidade, refilam os sindicatos porque existem postos de trabalho em perigo. E a oposição critica, às vezes para ficar bem vista perante os seus eleitores, outras vezes para mostrar apenas que está contra e por vezes com argumentos válidos. Os membros do partido do Governo (autarcas, Governadores Civis, etc) às vezes também criticam, depois desfazem a crítica, emparedados que estão entre a fidelidade partidária e o dever de defesa dos seus concidadãos.

O problema não está em criticar ou em aceitar calado. O problema está no facto de muitas pessoas pensarem pequenino. Só pensam na sua zona, nas suas gentes. E considerem que o importante é manter ou aumentar os serviços públicos na sua terriola. É a visão da árvore, quando deveria ser da floresta.

As questões são analisadas de forma superficial, muitas vezes trabalhando os números, pensando sempre que a defesa do interesse local é resistir, resistir e resistir!

Se existe um Concelho pequeno apenas com uma freguesia, ou seja, o âmbito de actuação da Câmara Municipal é igual ao da Junta de Freguesia, porque não acabar com a Freguesia? Ou porque não acabar com o Concelho, manter a Freguesia e integrá-la noutro Concelho limítrofe? Como exemplo temos em Faro e S. Brás.

Se existem dois Concelhos juntos, como VRSA e Castro Marim, em que Castro Marim tem VRSA para Oeste e para Este, porque não juntá-los?

E se uma escola tem 8 ou 9 alunos porque não pô-los a estudar numa escola de maiores dimensões, com outras condições, inclusive pedagógicas? Não é a inexistência de uma escola que, por si só, provoca o abandono e o envelhecimento do interior. Significa que uma série de políticas falharam e a escola ficou. E agora, por razões de racionalidade económica, pedagogia e sociabilidade, a escola fecha. O facto de a escola ficar é que vai desenvolver e rejuvenescer o interior?

Nas maternidades penso que a lógica é igual. Se perguntarem a todos os Presidentes de Câmara se querem ter uma maternidade no seu Concelho, 95% diriam que sim. Fosse ou não necessário. Fica bem. Aparece como mais uma conquista perante o eleitorado, por mais inútil que seja. E figurará nos cartazes na próxima campanha eleitoral… Se é conveniente que cada maternidade tenha umas certas condições para realizar partos, todas aquelas que não disponham destas condições e tenham outro local acessível em tempo oportuno, porque não juntar os recursos e fazer menos maternidades, mas com melhor qualidade? Desde que o tempo de acesso seja razoável…

Se o Estado tem organismos a mais, serviços duplicados, entidades obsoletas e desnecessárias, porque razão não há de ser racionalizado. Já se sabe que algumas pessoas deixaram de ser presidentes, assessores, directores de serviços e outros, mas outros valores mais altos se levantam. E os funcionários em excesso poderão transitar para outros organismos ou então, se outra opção não houver, ir para a chamada lista de excedentários. É irracional manter entidades desnecessárias, para conservar lugares!

Uma vez que os recursos são escassos e o nosso Estado consome os recursos que tem e os que não tem, e que a dívida do Estado é a dívida de todos nós, toda a poupança racional de recursos é boa para o País. Porque o que se for retirar ao desperdício, pode ser utilizado em atribuições importantes do Estado.

E, acima de tudo, todas estas propostas, algumas delas altamente fracturantes, merecem ser analisadas de forma cuidada, pondo os interesses gerais acima dos particulares. E de forma sóbria, sempre que possível!

Porque se os gastos do Estado não baixarem, a única opção é aumentarem os impostos. E isso ninguém quer…

Será que o Governo vai conseguir levar a cabo todas estas reformas e tornar o Estado mais eficiente, respondendo com boa qualidade aos cidadãos e às diversas entidades, diminuindo os custos? Essa resposta fica para a próxima…

João Nuno C. Arroja Neves
Economista
Jornal do Algarve 06.04.2006

Todos a Ayamonte!

Um destes Sábados fui a Ayamonte. Para além de ir passear com a família, ia com a ideia de fazer algumas compras. Assim foi.

Chegado a Ayamonte o primeiro obstáculo é estacionar. A única opção foi um ACNS (Arrumador de Carros Não Solicitado) que lá "arranjou" um lugar, que eu já tinha visto… Enfim, pago o serviço não pedido, lá fui para a zona comercial.

Nesse Sábado de manhã os Portugueses inundaram Ayamonte. Ouvia-se falar mais Português do que Espanhol!!! Comprei uma fato de carnaval para o bebé lá de casa, a preço bastante acessível e nesse tipo de lojas só se via Portugueses, todos a preparar o Carnaval deste ano.

Andei depois à procura de tabaco, pois como sabem com o aumento brutal no tabaco em Portugal e com a diminuição do preço em Espanha (as grandes empresas de tabaco baixaram bastante os preços na sequência da nova legislação anti-tabágica), a diferença é de cerca de 1 euro por maço. Como cada pessoa pode circular livremente com 4 volumes, pode-se conseguir uma poupança de 80 Euros!!!

Para finalizar fui atestar o carro. A gasolina sem chumbo 95 custa menos 28 cêntimos do que em Portugal! Atestei 40 Euros, o que em Portugal me teria custado 50 Euros! O gasóleo tem uma diferença de 10 cêntimos, o que também é convidativo. Ao que parece as bilhas de gás também têm uma diferença de preço razoável.

Um amigo meu foi trocar os pneus e poupou cerca de 70 euros.

As compras de supermercado penso que também compensam, designadamente aquelas que são taxadas pelo máximo (16% em Espanha e que cá pagam 21%). E com a globalização que existe hoje em dia, até podemos encontrar marcas iguais aquelas que temos cá em Portugal!!!

Com estes exemplos vê-se bem como compensa ir fazer algumas compras a Espanha.

Para compensar, de volta fui almoçar a Santa Luzia (Tavira), capital do Polvo, onde petisquei uns belos choquinhos grelhados… por falta de parceiro para o arroz de polvo!

A opção dos nossos Governos em aumentar o IVA e os impostos sobre produtos petrolíferos e sobre o tabaco, provocou graves problemas às empresas sedeadas perto da fronteira.

Em termos do País como um todo, a diferença até poderá não fazer grande diferença, mas certamente o tecido empresarial de Vila Real de Sto. António e arredores sentirá bem fundo estes problemas. Para não falar do resto do País que faz fronteira com Espanha.

Por outro lado, não se pode pedir aos consumidores que comprem mais caro em Portugal e não vão a Espanha, em nome do interesse nacional. Até se pode pedir, mas com o custo de vida actual, as pessoas estão mais interessadas em defender o seu bolso, do que em contribuir para o aumento de receitas do Estado!!!

Com uma diferença na taxa do IVA de 5% (21% contra 16%) nos produtos e serviços de taxa máxima, será sempre uma tentação para quem está do lado de cá da fronteira dar o pulo e fazer as suas compritas. E ainda atesta o depósito, compra um tabaquito e poupa umas massas.

Porque se pretendem que a União Europeia seja um espaço de livre circulação de pessoas, bens e recursos financeiros, há que aproveitar as partes boas que esta situação proporciona.

Os sacrifícios pedidos pelo Governo aos Portugueses espera-se que sejam temporários. Depois de efectuada a racionalização da Função Pública e das efectivação das reformas anunciadas, espera-se que venham os resultados positivos. Com o início da retoma da economia que se espera há vários anos, que é sempre anunciada para breve e nunca mais chega, aguarda-se que o País possa voltar a uma vida fiscal mais harmoniosa, o mais possível semelhante à Espanhola, devolvendo a competitividade às empresa fronteiriças e aos nossos bolsos.

Até lá, resta-nos esperar pacientemente por dias melhores. E estas empresas fronteiriças terão que se aguentar até que a vida melhore, talvez reduzindo pessoal e contendo os custos ao máximo.

João Nuno C. Arroja Neves
Economista
Magazine do Algarve - Abril de 2006