A Magia de ser Pai
Este artigo vai ser completamente diferente. Vai ser único e irrepetível. Tem como tema um acontecimento mágico que vivi há poucos dias pela primeira vez: ser Pai!
As sensações misturam-se de forma frenética. O orgulho e a vaidade de mãos dadas com a ansiedade, o medo e o desconhecido. A sorte junta-se ao azar. Tempo de muitas dúvidas e poucas certezas. Estará tudo bem? Porque chora? Estará a respirar?
Primeiro a necessidade de habituação aquele novo ser. Não o conhecia pessoalmente, apesar de termos tido longos monólogos através da barriga da mãe. Aquele era o meu filho! Nem lhe peguei. Apenas lhe toquei nas mãozinhas ainda roxas. Fiquei especado a observar. Tirei a foto da praxe. E permaneci ali à espera que o cérebro me desse qualquer indicação sobre o que deveria fazer a seguir. E continuei ali…
Depois fiz uma tentativa frustrada para lhe reconhecer feições de algum familiar, designadamente as minhas! Fica-se a olhar e a questionar como é possível um tal milagre, como é possível nascer um homem todo perfeito e em ponto pequeno.
A primeira noite é terrível. No momento em que acabámos de ganhar um "brinquedo novo" mandam-nos para casa sozinhos, sem filho e sem mulher! Penso que é nessa primeira noite de pouco sono que começamos a assentar ideias. Que agora somos três. Que o quarto carinhosamente preparado e quem tem estado vago, vai ter finalmente um dono. Que está aí um novo indivíduo que vai revolucionar a nossa vida, tornando-se o centro de tudo. Que queremos que seja feliz, tenha saúde e uma vida cheia de coisas boas. Cheia de sonhos concretizados. De feitos notáveis.
Quando chega a casa é uma festa. O primeiro banho. O primeiro biberão. A primeira fralda. Depois a mãe começa a querer ensinar-nos…. E recomeça tudo, só que desta vez na primeira pessoa do singular…. O primeiro biberão que dei. A primeira fralda que mudei. O primeiro banh, ops, banho ainda não…. não se pode ter tudo!
Mais tarde começamos a pensar na educação. No nosso papel para tornar aqueles 3 kgs de gente num cidadão responsável. A escolha do infantário começou quase 6 meses… antes de nascer. As opções em Faro são… escolher aquele onde conseguirmos entrar! E depois? Ensino público ou privado? Mais o ATL. Não quero para o meu filho uma educação "fast-food". Quero uma educação que tenha valores, exigência e esforço. Dar-lhe todas as ferramentas para que seja bem sucedido, o que é diferente de lhe dar tudo o que quiser. A concepção teórica não é muito difícil. É na prática que está a dificuldade, num jogo que se joga minuto a minuto durante anos e anos. Vou ser capaz. Tenho de ser capaz!
Obrigado por tudo Alexandre!
Publicado no Jornal do Algarve em 05.05.2005
sexta-feira, 3 de junho de 2005
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